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À margem do tempo

05/05/2025

Arquitetura brutalista com alma modernista revela uma casa que respira luz, silêncio e horizonte às margens do lago.

Residência à Beira do Lago Paranoá – Pedro Ricciardi, Lucas Jimeno Dualde, Renata Tilli \ Brasília – DF

Fonte: Casa Vogue \ Fotos: Ruy Teixeira

Brutalismo com alma

Concreto, madeira e luz natural estruturam uma casa onde o gesto é contido, o silêncio é parte da arquitetura e o mobiliário assinado traduz a memória modernista.

Uma residência contida, onde cada detalhe — do concreto à palhinha — compõe um diálogo entre estrutura, paisagem e memória afetiva.

Assinada pelo arquiteto Pedro Ricciardi, a residência à beira do Lago Paranoá articula com precisão estrutura, materialidade e proporção. O projeto parte de uma linguagem racional e horizontal, onde o concreto aparente molda volumes serenos que se abrem para o entorno. No interior, o trabalho do designer Lucas Jimeno Dualde traduz esse gesto arquitetônico em atmosferas acolhedoras — com peças icônicas do design brasileiro, marcenaria sob medida e uma paleta que valoriza o tempo, a luz e o silêncio do espaço.

Jardins de permanência

Paisagismo de Renata Tilli
Vegetação nativa, sombra e silêncio compõem um jardim que emoldura a arquitetura sem competir com ela — integrando casa e lago com leveza tropical.

Arquitetura como travessia

Assinada por Pedro Ricciardi, a residência em Brasília é construída como uma sequência de travessias — entre volumes e vazios, sombra e luz, interior e paisagem. O concreto aparente define as linhas da estrutura, enquanto a organização em faixas paralelas permite que o jardim central e os panos de vidro criem uma arquitetura porosa, onde o espaço se deixa atravessar pela natureza. O rigor do traço é equilibrado pela matéria viva.


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Design aplicado. Móveis, Materiais, texturas e objetos que dão forma à ideia.

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Quem está no projeto

Presenças que transformam conceito em habitar

Poltrona Jangada

Poltrona Jangada, design Jean Gillon
Criada em 1968 pelo designer romeno radicado no Brasil, Jean Gillon, a Poltrona Jangada é um dos maiores ícones do mobiliário moderno produzido no país. Com encordoamento em couro e estrutura em madeira, a peça combina robustez e leveza, refletindo a visão de Gillon de unir o conforto europeu à expressividade artesanal brasileira. Seu desenho orgânico, com assento suspenso, revela não apenas domínio técnico, mas também um respeito profundo pela matéria e pelo tempo do descanso. Uma obra que atravessa décadas como sinônimo de elegância e brasilidade — mesmo vinda de mãos estrangeiras.

Cadeiras Cantu, design Sergio Rodrigues, e mesa Guanabara, design Jorge Zalszupin

Na cozinha, móveis da Legno Marcenaria

poltronas 720, design Jorge Zalszupin

Cadeira de Carlo Hauner e Martin Eisle

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