Série .on

Ep. 1

.onLuz

A série .onLuz explora como a luz natural e artificial molda a experiência dos espaços.
Cada facho de luz, cada sombra projetada em uma parede ou objeto, redefine a arquitetura de maneira silenciosa, mas intensa.
Nesta série, investigamos como ambientes minimalistas ganham vida com a passagem do sol, com a penumbra suave, com o contraste entre claro e escuro.

A luz natural como ferramenta de projeto

.onLuz | A luz como matéria-prima

Na arquitetura contemporânea, luz não é apenas um recurso funcional — é uma matéria-prima. Arquitetos e designers de interiores vêm explorando a luz natural como elemento de composição espacial, atmosférico e emocional. O controle da entrada solar, a escolha dos materiais que refletem ou absorvem luz e o posicionamento estratégico de aberturas criam não só ambientes mais sustentáveis, mas também mais saudáveis e dinâmicos.

Aplicações práticas em interiores.
Projetos bem resolvidos exploram diferentes qualidades da luz ao longo do dia. Em ambientes residenciais:

  • Cozinhas e áreas sociais se beneficiam da luz matinal, mais fria e energizante. Ideal para janelas voltadas ao leste.
  • Quartos e salas de leitura valorizam a luz poente, mais quente e relaxante — aberturas a oeste ampliam esse efeito.
  • Banheiros e lavabos ganham elegância e sensação de frescor quando a luz entra filtrada por brises, muxarabis ou claraboias.

Na escolha de materiais, superfícies opacas como cimento queimado absorvem calor e ajudam a manter a temperatura. Já acabamentos como mármore, vidro fosco e laca branca difusam a luz e criam atmosferas suaves, ideais para quem busca uma estética minimalista.

Citação de especialista

“Mais do que iluminar, a luz desenha o espaço. Uma parede branca pode parecer vazia — até que a luz a percorra e revele suas texturas.”
Luciana Andrade, arquiteta e pesquisadora de conforto ambiental.

A arquitetura da luz e da sombra

Aberturas laterais generosas (como a janela lateral da imagem) proporcionam uma luz difusa, ideal para momentos de leitura, meditação ou conversas.

Geometria da luz

O facho diagonal revela a presença do tempo no espaço. A luz em movimento transforma a parede em tela e torna a arte ainda mais viva — parte da arquitetura, não do décor.

Silêncio vertical

O rasgo de luz vertical cria um gesto arquitetônico preciso. Ele não apenas ilumina, mas orienta o olhar e o corpo. A luz entra como linha, e o vazio vira parte da composição.



Espelhos solares em Rjukan, Noruega

Casos reais de aplicação

A pequena cidade de Rjukan, no sul da Noruega, passa seis meses do ano sem receber luz solar direta devido à sua localização no fundo de um vale. Em 2013, um projeto arquitetônico ousado instalou três espelhos gigantes controlados por computador nas montanhas ao redor. Esses espelhos refletem a luz do sol para a praça central da cidade, criando uma “janela solar” durante o inverno.

O projeto, idealizado por Martin Andersen e apoiado pelo governo local, é um marco no uso da luz como elemento social e urbano.

Fonte: The Guardian, 2013 e Archdaily


Design de interiores: luz como narrativa

A luz pode transformar um ambiente neutro em algo sensorial. Estúdios como o Studio KO, no Marrocos, ou o brasileiro FGMF Arquitetos frequentemente usam rasgos de luz para marcar percursos, delimitar zonas ou revelar texturas específicas.

Isay Weinfeld

Em projetos assinados por Isay Weinfeld, por exemplo, é comum encontrar elementos como pátios internos ou aberturas estratégicas que criam jogos de sombra ao longo do dia.

Estúdio Campana

O Estúdio Campana, em projetos como o Hotel New Hotel em Atenas, usa luz indireta e superfícies reflexivas para compor atmosferas envolventes.

Através de imagens, textos e referências, .onLuz convida você a perceber o espaço para além da matéria — através da fluidez da luz que habita, desenha e transforma.

“A luz revela o espírito de cada espaço. Uma mesma sala pode acolher, assustar ou inspirar, dependendo de como a luz a toca.”

Tatiana Bilbao, arquiteta mexicana


Cores, texturas e luz

A forma como a luz interage com os materiais muda completamente a percepção do espaço.

Cimento, pedra e madeira bruta ganham expressividade com sombras e luz lateral.

Tecidos naturais, como linho e algodão, ajudam a difundir luz suavemente.

Metais escovados e espelhos duplicam a luminosidade e criam efeitos cenográficos em ambientes pequenos.